História

A origem do povoamento da região de Santa Maria de Jetibá foi decorrente do processo de colonização que se iniciou com a fundação da Colônia de Santa Leopoldina, situada às margens do rio Santa Maria da Vitória, entre a Cachoeira Grande e a Cachoeira José Cláudio, onde foi demarcada, em 1856, uma extensão de terra de quatro por quatro léguas, abrigar os primeiros imigrantes europeus que chegaram ao Brasil.

Nesse mesmo ano vieram os primeiros colonos suíços, em número de 60, que instalaram a sede da colônia dentro da área demarcada, às margens do rio Santa Maria da Vitória, quatro milhas acima da Cachoeira do Funil, no lugar ainda hoje denominado Suíça, em homenagem a esses imigrantes. A colônia, então passou a ser considerada Colônia de Santa Maria.

No ano seguinte, 1857, chegaram mais 222 imigrantes, constituídos por alemães e luxemburguenses, de lugares como a Renânia e West Gália. Uma parte dos imigrantes se estabeleceu em um povoado denominado Cachoeira de Santa Leopoldina, o povoado foi o mais se desenvolveu. Em março de 1867, a sede foi transferida para a Colônia de Santa Leopoldina. A Colônia tinha terras elevadas e férteis e pouca distância da Capital da Província do Espírito Santo, com a qual se comunicava pelo rio Santa Maria da Vitória. A fertilidade das terras não era, porém, igual em território da Colônia. O relevo, em geral montanhoso, exigiu, então, que fossem cultivadas as terras situadas nos vales dos rios e córregos afluentes ao rio Santa Maria da Vitória.

A penetração na região se estendeu, por isso, um pouco para o Norte, na direção dos rios Timbui e Cinco de Fevereiro. Em 16 de maio de 1873, imigraram para a Colônia de Santa Leopoldina 413 Pomeranos, e, ainda neste mesmo mês, chegaram mais 366 Pomeranos, todos luteranos. Neste período, também chegaram algumas famílias procedentes da Saxônia, que vieram com o firme propósito de se estabelecer e criar bases na mesma. No ano de 1876, foi a Colônia ampliada para o Norte, na direção do Rio Doce e Piraquê-Açu.

Com a entrada de novos imigrantes, em 1877, uma parte dela tomou a denominação de Conde D”Eu, hoje, Ibiraçu.

À margem do rio Tambuí foi fundada uma povoação, que recebeu o nome de Santa Teresa, atualmente sede do Município do mesmo nome. A população da Colônia de Santa Leopoldina prosperou acentuadamente no ano de 1878 e se tornou a mais populosa do Império com, aproximadamente, 7000 habitantes, depois das Colônias de Blumenal e Dona Francisca na então Província de Santa Catarina.

Desta forma, podemos constatar que a colonização de toda a área compreendida pelos Municípios de Santa Teresa, Ibiraçu e Santa Leopoldina, teve como pólo irradiador a cidade de Santa Leopoldina, na altura também chamada de Cachoeiro e Cachoeiro de Santa Leopoldina. Após a I Guerra Mundial, a imperatriz Maria Teresa, esposa de D. Pedro II, de origem austríaca, promoveu a vinda de uma grande leva de Pomeranos que desorientados com o pós-guerra, o desmantelamento dos principais feudos, a queda de muitas casas reais e a conseqüência da nova ordem político-territorial implantada na Europa e o desaquecimento de algumas regiões e países, resolveram imigrar para outros continentes.

Após sua chegada ao Brasil, no ano de 1873, a maioria dos Pomeranos se estabeleceu nas regiões ainda hoje denominadas de Luxemburgo e Jequitibá, na Colônia de Santa Leopoldina. Na década seguinte, parte desses imigrantes se dirigiu para a Região de Santa Maria de Jetibá. Eram, principalmente, Pomeranos, mas também havia imigrantes oriundos das regiões do Reno e de Hessen, na Alemanha, de Luxemburgo e da Holanda, que iniciavam, assim, uma segunda etapa do processo de imigração.

Apesar da diversidade de origem desses imigrantes, todos foram religiosa e socialmente assimilados pela cultura Pomerana, já que se constituía maioria. Como era usual entre os Pomeranos, foi providenciada a instalação de uma escola, uma capela e uma pastoral, precedida pela demarcação do cemitério, em 1879.

Três anos mais tarde, já estava concluída a construção da escola que servia igualmente como capela para a comunidade celebrar os seus cultos. Inaugurada em 1882, com a celebração do primeiro culto em Santa Maria, essa igreja foi construída na localidade hoje denominada São Sebastião.

As principais famílias que se instalaram na região, foram: Klens, Henke, Berger, Foesch, Boldt, Hackbart, Bausen, Kosanke, Ruge, Siebert, Holz, Kruger e Seick.

A adaptação desses imigrantes não foi muito fácil. Tentaram implantar as culturas de seus países de origem como o trigo e não foram bem sucedidos. Uma fábrica de cerveja instalada por Germano Berger, a partir do trigo, funcionou durante algum tempo. Muitos desistiram, indo se instalar em outras regiões, normalmente de terras mais quentes como as do Norte do Estado do Espírito Santo, que acreditavam ser melhor para a lavoura e para habitação. Alguns deles estão hoje retornando à região de Santa Maria de Jetibá, depois que o desmatamento e a posterior seca esgotaram as terras outrora consideradas produtivas. A comunidade Pomerana do interior permanece, ainda hoje, com alguns dos costumes dos seus países de origem, sendo o mais conhecido a celebração dos casamentos, com várias cerimônias típicas se desenrolando durante três dias.

Parte da comunidade ainda se comunica através da língua Pomerana, precisando, em certas ocasiões, da intermediação de intérprete, principalmente quando precisam vir à Sede do Município para fazer as suas compras ou utilizar-se de alguns serviços.
A preservação da cultura e da Língua dá ao visitante a impressão de estar ainda no início da colonização. Ao passar pelas ruas e avenidas da cidade o visitante encontrará a população autóctone se comunicando em pomerano. Santa Maria de Jetibá é um dos poucos lugares no mundo onde ainda se usa a língua pomerana.

Em meados de 1870, quando acontecia a unificação alemã, o povoado da província Pomerânia sofria com as disputas por conquistas territoriais entre a Alemanha e países vizinhos e, grande parte da população existente nesse território, resolveu buscar uma nova vida na América.

Nesse período, parte do povoado pomerano migrou para o Brasil e, no Espírito Santo, concentraram-se na região das montanhas, principalmente, em um altiplano localizado na colônia de Santa Leopoldina, chamado Jequitibá. O município de Santa Maria de Jetibá foi criado no dia 6 de maio de 1988, através da Lei Estadual n° 4.067, com a participação efetiva do então prefeito de Santa Leopoldina, Helmar Potratz, que atendendo aos anseios da população, se engajou na luta pela emancipação. Atualmente, o município é um dos núcleos mais populosos do povo pomerano no mundo. Situado na região serrana, o município possui uma área de 734 Km² e está a 80 Km da capital, além de possuir uma altitude variável de 400 a 1300 metros.

A preservação da língua e da cultura pomerana pelos habitantes de Santa Maria de Jetibá impressiona os turistas que com a ajuda do clima frio, parecem estar em um pedaço da Europa.Com um dos melhores climas do mundo, Santa Maria de Jetibá possui um povo trabalhador e ordeiro, preocupado em manter suas tradições. Hoje no município, estão em atividade 10 grupos de danças folclóricas e 12 grupos de trombonistas, que fazem um trabalho de recuperação e preservação da cultura. Santa Maria de Jetibá possui hoje a melhor estrutura agrária do Espírito Santo e uma das melhores do Brasil.

Formada originalmente por agricultores familiares, tem uma grande diversidade de produção agrícola sendo caracterizado como o maior produtor de hortifrutigranjeiros capixaba. A marcante atividade agrícola é explicada por seus colonizadores: o povo pomerano, eminentemente agrícola, já na Europa, havia tornado a Província Pomerânia no maior celeiro agrícola de todo o continente. Importante pólo de produção primária, assentado, principalmente, na avicultura, olericultura e cafeicultura, Santa Maria de Jetibá é o maior pólo avícola do Estado e segundo produtor de ovos do país, possuindo um plantel de 4 milhões de aves poedeiras.

A avicultura está sustentada em bases tecnológicas apropriadas e modernas, dirigida por empresários locais, que são responsáveis pela produção de 2,8 mil ovos/dia. Parte da produção avícola vem de pequenos agricultores, organizados em uma cooperativa, que fornece todos os insumos a assistência técnica e orienta a comercialização, dos quais 130 associados avícolas produzem 840 mil ovos/dia. A olericultura representa a atividade mais bem distribuída no município, praticamente alcançando 80% das 3 mil propriedades familiares existentes. A diversificação de culturas é muito grande, destacando-se as produções de chuchu, repolho, cenoura, beterraba, couve-flor, pimentão, vagem, pepino, abobrinha, alface, alho e tomate. 

A região representa uma produção de cerca de 40% de hortigranjeiros que se consome na grande Vitória, além de alcançar mercados de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. A produção de olerícolas do município tem variado em torno de 120 a 140 mil toneladas anuais. No ramo da olericultura, atualmente, se incrementa e aperfeiçoa a produção de olerícolas pelo processo orgânico.

A cafeicultura também é atividade importante na região, bem distribuída entre as propriedades rurais, abrangendo 2 mil agricultores, com uma produção aproximada de 90 mil sacas de café ao ano. Devido às boas condições, tanto climáticas como de produção, e à proximidade com diversos centros consumidores, outras atividades têm despontado como a produção de mel, a psicultura, a floricultura, a fruticultura, a produção de tubérculos, a agroindústria e o turismo.

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