[vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text]A gênese do Programa de Educação Escolar Pomerana – PROEPO: como tudo começou?

 

Desde 1991, a língua pomerana tem sido alvo de discussão em âmbito educacional. A ideia de um projeto voltado para o ensino do Pomerano surgiu de uma proposta do antigo Departamento de Apoio Técnico (DAT) da Secretaria de Estado da Educação e Cultura do Espírito Santo (SEDU) para aprimorar o trabalho dos professores em sala de aula através do Projeto Incentivo à Formação em Serviço do(a) professor(a) Alfabetizador(a). Atendendo ao convite desta iniciativa, a Professora Marineuza Plaster Waiandt, de Santa Maria de Jetibá, lotada na época, na Escola Pluridocente  “Fazenda Emílio Schroeder”, com larga experiência em alfabetização de crianças monolíngues em língua pomerana e consciente das dificuldades que o ensino estritamente em Português acarretava para aquela parcela infantil da população, submeteu um projeto de pesquisa.   A sua proposta visava contribuir para a redução dos índices de evasão e repetência escolar através da elaboração de material didático bilingue que permitiria aos alunos, em fase de alfabetização, aprender de forma gradual o Português, minimizando – assim -, as consequências do contato permanente com uma língua nova, até então desconhecida, já que a maioria chegava monolíngue em Pomerano.

A proposta submetida  foi examinada pela linguísta da SEDU Profª. Euzi Rodrigues Moraes que, vendo tratar-se de um estudo que implicava como pressuposto básico  a elaboração de uma ortografia para uma língua culturalmente oral, lembrou o nome da Profª. Drª. Charlote Emmerich, Professora titular do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Pesquisadora do CNPq  (Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica), especialista em análise e documentação de línguas indígenas brasileiras, essencialmente ágrafas, para orientar a pesquisa da Profª. Marineuza. A Professora Charlote foi convidada a participar do referido Projeto pelo Senhor Secretário Estadual de Educação e Cultura, por iniciativa da então Secretária Municipal de Educação, Profª. Zilá Ferreira Potratz.

A ideia e proposta contidas no Projeto inicial da Profª. Marineuza foram expostas e discutidas em uma reunião realizada sob a chancela da Secretaria Municipal de Educação de Santa Maria de Jetibá, em 19 de março de 1991, com a presença de autoridades locais ligadas à educação.

Todavia, o Projeto não chegou a ser implementado naquela ocasião, devido à mudança do Governo estadual com a  desativação do Projeto Incentivo do DAT.

No entanto, face à relevância da proposta contida no projeto da Professora Marineuza Plaster Waiandt para a comunidade do município e até mesmo para outros municípios, núcleos de falantes pomeranos , o Projeto foi retomado em janeiro de 1993, por iniciativa do então Secretário Municipal de Cultura, Jacob Alfredo Messer, e apoio da Secretária Municipal de Educação de Santa Maria de Jetibá, Senhora Gerlinda Berger Espíndula.

 

Conforme consta em algumas anotações, no ano 2003, a equipe da Secretaria Municipal de Educação de Santa Maria de Jetibá retomou as discussões com o objetivo de implementar o Projeto nas escolas, em parceria com outros municípios que possuíam falantes da língua pomerana , no caso: Laranja da Terra, Domingos Martins, Pancas e Vila Pavão.

 

Foi realizada uma reunião no dia primerio de agosto de 2003, na Secretaria Municipal de Educação, para uma primeira discussão que visava proporcionar o trabalho bilíngue nas escolas – Português/Pomerano. Participaram da reunião  a Secretária de Educação de Santa Maria de Jetibá, Eliana Pelacani Berger; Jorge Kuster e Toninho Pacheco de Vila Pavão; Jocelene knaack, de Pancas; Letícia Volkers Bremenkamp  e Monica  Nickel, de Domingos Martins; Nilza Gums, de Laranja da Terra e o Prof.º. Dr.º Ismael Tressmann.

 

No dia onze de novembro de 2003, realizou-se – na Secretaria Municipal de Educação de Santa Maria de Jetibá -, uma segunda reunião sobre a implementação do Projeto de Bilinguismo nas Escolas. Estiveram presentes representantes dos municípios de Domingos Martins, Laranja da Terra, Pancas e Vila Pavão. Os assuntos discutidos e encaminhamentos nesta ocasião foram:

 

 

 

 

Em 2004, o mesmo grupo de representantes dos municípios envolvidos criou o Projeto de Educação Pomerana – Proepo. Porém,  esta ação veio a ser executada em 2005, na gestão do Prefeito Hilário Roepke com a então Secretaria Municipal de Educação, Luzia Domingas Fiorotti Daleprane. Para que o projeto fosse concretizado, no primeiro mês da atuação, tiveram como prioridade convocar representantes dos cinco municípios que participaram das discussões iniciais para uma reunião que aconteceu no dia vinte de janeiro de 2005, conforme atas abaixo:[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/1″][images_carousel images=”25310,25311,25312,25313,25314,25315″ lc_style=”bordered” items=”5″ navigation=”true” autoplay=”5000″ onclick=”link_image” target=”_self”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text]Em 2005, com a formalização da parceria entre os cinco municípios que se instituiu num cenário relevante de envolvimento e participação, iniciou-se o desenvolvimento do projeto. A partir dos objetivos traçados, deu-se início ao projeto de formação continuada para professores bilíngues Pomerano/Português e, somente em 2006, o projeto passou a ser de fato, executado  nas escolas.

 

Em 2007, a proposta educacional do Proepo foi reconhecida como programa, o que garantiu a continuidade de suas ações. Em 2009, ano da comemoração dos 150 anos de imigração pomerana em solo espírito-santense, foi estabelecido o compromisso das prefeituras de manter e fortalecer as ações do Proepo, por meio da assinatura de um Termo de Compromisso entre os municípios.

 

Em Santa Maria de Jetibá, o Proepo se fortaleceu por meio da Lei 1136/2009, que dispõe sobre a cooficialização da língua pomerana no município. Esta lei reconhece a língua portuguesa como oficial, mas institui a cooficialização da língua pomerana. Nesse sentido, cabe referir sobre a disposição da lei no seguinte artigo:

 

Art. 2º. a cooficialização da língua pomerana obriga o município a:

  1. Manter os atendimentos ao público, nos orgãos da administração municipal, na língua oficial e na língua cooficializada
  2. Produzir a documentação pública, as campanhas publicitárias, institucionais, os avisos, as placas indicativas de ruas, praças e prédios públicos e as comunicações de interesse público, na língua oficial e na língua cooficializada;
  3. Incentivar o aprendizado e o uso da língua pomerana nas escolas e nos meios de comunicação.

 

 

As considerações acerca desta lei intensificam a manutenção do Proepo, uma vez que que trata de um programa político-pedagógico bilíngue, que tem como proposta principal a promoção de ações que visam à valorização da cultura por meio da instituição da língua no contexto educacional e social.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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